quinta-feira, 27 de novembro de 2008

SALTO E O PONTO CEGO

Se nunca parou para pensar o porquê buscar a distância ideal, um dos motivos é o ponto cego, ou seja, diante do obstáculo, o animal é incapaz de vê-lo, portanto é preciso estar bem colocado até mesmo para ele poder calcular o momento da batida. O trecho da reportagem abaixo esclarece isto:

"A implantação do globo ocular na caixa craniana, ocorre em disposição oblíqua / lateral - o que permite ao cavalo enxergar duas imagens diferentes ao mesmo tempo, uma de cada lado do seu corpo, a não ser quando ambos os olhos convergem para frente. Quando isso ocorre, ele não enxerga o que está ao seu lado. Outra característica especial na visão dos eqüídeos, é a capacidade de movimentar um olho, independentemente do outro.
(...)
Os eqüídeos possuem ainda o que é chamado de "ponto-cego": quando o cavalo está a quatro pés do obstáculo, ele não o enxerga mais, e é nesse momento que pode ocorrer o refugo."
Ed. 62 da Revista Horse.

sábado, 22 de novembro de 2008

Fico mais intrigada ainda em saber que o Ivan Camargo também vê esse tipo de coisa. Fica a reflexão...

"Assim como as pessoas, os cavalos precisam além de treinamento adequado, amadurecimento físico e emocional para progredirem como atletas.
É revoltante o que vejo acontecer com muita freqüência a jovens cavalos, sendo submetidos a esforços físicos não compatíveis com seu preparo."
Por Ivan Camargo para a revista Horse, edição 87.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Justiça e bom senso

Estranho um tópico deste em um blog sobre hipismo, mas por que não falarmos um pouco sobre como a Justiça vê nossas cúmplices. O caso a seguir relatado eu extrai e traduzi livremente da revista italiana: I nostri amici cavalli, de agosto de 2008, ai vai ele:
"Da Sicília vem um caso particularmente interessante que resguarda os direitos do nosso amigo cavalo e, em geral, a salvaguarda dos animais. Tudo originou-se quando, acudindo um urgente caso de cólica, o veterinário Pietro Arena violou o art. 142 parágrafo 8 do Código da Estrada (excesso de velocidade) e recebeu a sanção. Apresentado o recurso, reinvindicando "estado de necessidade", ou seja, salvar a vida de um animal. Porém conforme as normas, o "estado de necessidade" resguarda exclusivamente o perigo de morte de um ser humano. O bom senso e a justiça levaram a melhor, o juiz acatou as razões do médico e cancelou a sanção. Um pequeno grande exemplo de tutela dos animais, no qual, ao menos uma vez, reconheceu a eles a nossa mesma dignidade e o mesmo direito de receber socorro".

domingo, 16 de novembro de 2008

Mãos travadas são mãos insensíveis!

"(...)A boca do cavalo é uma de suas partes mais sensíveis. Em conjunto com a ajuda de pernas e assento, as mãos do cavaleiro indicam o caminho que o animal irá seguir, além de controlar a sua velocidade. Cabe às mãos do cavaleiro, pela ação das rédeas, a responsabilidade de transmitir com clareza e precisão essas instruções.

O que é preciso saber é que as rédeas não foram feitas para "segurar" o cavalo e sim para conduzi-lo. (...) Dessa forma, somente as mãos sábias do cavaleiro é que farão com que ele perceba o instante de utilizar urna ou outra maneira. Somente através da rápida compreensão pelas mãos do cavaleiro, o animal transmitirá as sensações que estão sendo passadas. Assim, o cavalo se tornará descontraído, atento e obediente. Independente da modalidade que você executa, seja hipismo clássico, western, enduro ou mesmo um passeio. a pressão que suas mãos exercem nas rédeas irão influenciar diretamente na boca do animal.
(...)
Como bom cavaleiro, você deverá movimentar os cotovelos para frente e para trás, mantendo o mesmo comprimento das duas rédeas e acompanhando o ritmo do cavalo.
(...)
As mãos são a chave da boa comunicação entre você e o seu cavalo. Se não souber "ouvir" o que dizem e não colocar em prática todo esse poder de aproximação, não haverá conversa!"
Por Silvana Lima, retirado da Revista Horse, ed. 12.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

MODALIDADES EQÜESTRES

Há diversas modalidades praticadas com cavalo. As olímpicas são: o CCE (envolve uma prova tipo enduro, adestramento e salto), o adestramento (constantemente confundido com a doma, o adestramento é uma modalidade na qual o animal deve realizar certos movimentos com o sutil comando do cavaleiro) e o salto de obstáculos.
Fora das olimpíadas há o volteio (que parece uma ginástica olímpica), o tambor e baliza (no qual o animal deve desviar destes instrumentos), as cavalgadas (que são deliciosos passeios), o enduro (na qual deve-se cobrir uma longa distância no menor tempo possível), a atrelagem (sim, é um esporte com carruagem que tem três divisões: o adestramento, no qual se avalia a estética e movimentos, a maratona, que se avalia a preparação e resistência dos animais e, por fim, a maneabilidade, na qual há obstáculos colocados e que devem ser desviados, observando-se a obediência do animal), a alta escola (que exige diversos e complexos movimentos do cavalo, sobre o dorso ou não), as corridas, a equitação de trabalho (na qual o Brasil já foi campeão. A prova consiste em situações do dia a dia de uma fazenda), a vaquejada (criada no Brasil, surgiu da lida do gado com cavalos, a fim de conter os bois até para aplicação de tratamento) e há ainda outras tantas modalidades.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Salto - uma posição recente

"Até o final do século XIX, os cavaleiros que praticavam salto de obstáculos eram aconselhados a calçar os estribos, pressionar o cavalos entre as pernas e projetar a parte superior do corpo para trás, ao mesmo tempo em que deixavam as rédeas mais soltas para liberar o pescoço do cavalo. Ultrapassar vários obstáculos sucessivos era muito difícil desse jeito. Foi então que os oficiais italianos propuseram um modo diferente de saltar, cujo princípio foi estabelecido pelo capitão Caprilli em 1896, e depois desenvolvido pelo coronel francês Danloux, que também concebeu uma sela mais adequada para o salto de obstáculos".
Retirado do livro Larousse dos cavalos

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Divagações

Um dia perguntei para um profissional bastante respeitado no meio hípico catarinense por que os cavalos permaneciam embaiados. Não lembro desta mesma pessoa ter me dado respostas tão vagas. E a bem da verdade, tomei por hábito fazer esta pergunta para diversas pessoas e freqüentemente a mim mesma. Exceto a facilidade de manuseio e limpeza dos animais, ninguém me convenceu de ser um hábito saudável para nossos cúmplices. A bem da verdade, já conheci diversos cavalos com vícios de baia, mas nenhum com vício de piquete, de pasto. Ok! Há o risco de se machucarem, mas nunca vi pais trancafiarem seus filhos em jaulas porque pudessem se quebrar.Mais me parece que estão se criando cavalos hiper sensíveis, afinal, a natureza destes seres é viver em grandes descampados. Cavalos que perdem os pêlos quando ficam no relento, alérgicos, gastríticos, desequilibrados etc são reações da modificação que nós empreendemos sobre eles.Quem souber me responder a questão, por favor, comente, mas não me venha falar de facilidades para humanos, quero saber a bem da verdade, qual é a vantagem para os animais.

PREPARAÇÃO MENTAL DO CAVALEIRO II

"Falta de tempo é uma razão comum dada para não se preparar mentalmente. Cavaleiro e instrutor certamente estão consumindo tempo, mas contanto que você esteja preparado para acreditar que suas habilidades mentais podem ser efetivas, você e seu professor terão o tempo para praticá-las. Por exemplo, gastar tempo organizando a baia pode ser usado produtivamente para praticar técnicas de concentração, pensamento positivo, percepção e outros exercícios. Em um exterior há muito tempo para analisar com calma seus progressos e escolher seus treinos prioritários."

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

BONS TRATOS!

"Além de muito sensíveis, os cavalos apresentam uma capacidade de assimilação que, até agora, não sabemos o real limite. Por isso, cada vez que pedimos a um cavalo para fazer algo, como por exemplo, permanecer quieto enquanto montamos, devemos pensar no quanto ele contribuiu para aceitar os ensinamentos que lhe foram impostos. Na grande maioria dos casos de animais obedientes, aparece um bom domador, paciente e respeitador, que passou segurança para o cavalo durante o convívio. Um cavalo mais confiante e tranqüilo, que é ajudado pelo seu proprietário e treinador, não relutará aos comandos solicitados. Já um animal que é obrigado a conviver com insegurança e despreparo, refletirá irritação e constante desorientação.
(...)

Tanto física como psicologicamente, o cavalo possui necessidades iguais às de qualquer ser vivo. Dessa forma não é difícil entender do que ele precisa. O certo e o errado são bem definidos. Basta um pouco de observação e bom senso."
Retirado da Revista Horse 10 edição.

SIMPLESMENTE DISPENSA QUALQUER COMENTÁRIO!

"
FRUTOS DA LIBERDADE
Aloísio da Rocha Leão
Estávamos conversando com meu amigo Guilherme e seus filhos, quando alguém veio me avisar de uma telefonada do haras: uma égua havia morrido. Já tinha vinte anos e pastava no piquete dos inativos. Logo um dos meus filhos começou a chorar. O Guilherme num comentário curto, mas carregado de subentendidos, lascou: "Por que ter égua, não é? Minha nora, sempre muito rápida no gatilho, respondeu aquilo que eu levaria um dia para ter a idéia: "E por que ter filhos!?"
Bem, aí a coisa vai longe. Sobre "Por que ter filhos" já não é matéria de HORSE BUSINESS. Talvez fosse da revista PAIS E FILHOS!
Agora, sobre porque ter éguas, porque ter cavalos, porque ter potros, eu poderia tentar, mais o certo seria começar a escrever um livro. Em 10 volumes!
Os cavalos, como os cachorros e os gatos, estão no último estágio da evolução animal. Já conviveram com o homem muito de perto, entendendo-se mutuamente. São nossos amigos íntimos. Relações de amizade que já carrearam milhões de emoções.
Ter cavalos é conviver de perto com os campos, com o calor ardido do sol, com a sombra quieta de uma árvore, com o aroma que o orvalho traz quando respinga das ramagens. Nos une mais com nossos filhos, com nossos pais. E descobrir mil sons: das águas entre as pedras, da ventania entre as folhas das palmeiras, dos cascos batendo no solo duro, dos latidos de longe, dos gritos agudos da siriema e da falação animada das tirivas. Os caipiras até comentam: "As tiriva disgraçô a tagarelá!".
E sentir a vertigem de uma corrida, rédea firme entre os dedos, pontas das botas nos estribos, o limite do perigo num salto, perceber que o cavalo está te testando e que sente prazer em correr, porque nasceu para isso!
É conviver com gramado de uma pista, com o cheiro do mato, da fumaça; com cheiro que sobe da terra molhada. Conviver com o vôo descompromissado de uma borboleta, um cachorro que vem correndo atrás, com o gato com o focinho manchado da cocheira e também com as gozações dos cavalariços enquanto afivelam os loros e prendem os látegos. Fique observando: no primeiro tempo dá um aperto na barrigueira, espera um pouquinho, e quando o cavalo não pode manter o ar, dá um segundo aperto. Não há tatu que agüente!
E acompanhar uma jovem égua dando cria, desde o momento que ela começa a afocinhar os flancos até ver o potrinho cambeteando para começar a andar. Conviver com a neblina, com as flores campestres, com o pôr do sol, que é o maior espetáculo da terra, com a natureza esfuziante... com a vida!"
Retirada da primeira revista Horse de 1992.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O QUE APRENDI COM OS CAVALOS III

"Cumplicidade é um instante no qual a sintonia entre dois seres é tal que os gestos dispensam palavras".
Os cavalos agem por imitação, perceba quando estiveres andando lado a lado com eles como eles levam a mão direita quando tu levas o pé direito, a mão esquerda com o pé esquerdo, em alguns momentos chega ao ponto de quando levantares a cabeça eles fazerem o mesmo.
Aproveite isto para aumentar a cumplicidade entre você e o cavalo. E fique esperto: se ele não te ver como cúmplice parceiro, não será você que ele vai seguir e pode haver um pequeno problema se ele resolver acompanhar um cavalo em disparada.

PREPARAÇÃO MENTAL DO CAVALEIRO II

"Se você quer ser um cavaleiro bem sucedido, melhorar sua habilidade mental é tão importante quanto desenvolver suas habilidades físicas. Preparação mental ajudará você a evitar desorganização no seu treino ou baixa performance na sua expectativa na competição. Isto também capacita sua subordinação a grandes proporções de seu poder mental.

(...)
Atletas de elite de muitos esportes continuamente dão ênfase a parte que prepara mentalmente jogadores para conseguirem atingir o sucesso: a necessidade de ser suficientemente disciplinado, motivado, confiante, calmo e organizado são cruciais."



Abro um parêntese: disciplina, motivação, confiança, calma e organização requerem conhecimento (e busca constante por ele) sobre cavalos e cavaleiros.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

PREPARAÇÃO MENTAL DO CAVALEIRO

Segue algumas dicas sobre a preparação mental do cavaleiro que foram tiradas do livro Complete Horse Riding Manual de William Micklem, de tradução livre de Juliana Friedrich Faraj.
"Nos esportes eqüestres, onde o cavalo faz a maioria do trabalho físico, é na atitude mental que se define o limite do cavaleiro. Todos cavaleiros – dos novos até a elite – podem melhorar grandemente suas performances alterando suas atitudes mentais.
Com este estudo, você irá aprender modos práticos para se preparar para competições, usando técnicas tais como visualização e controle respiratório. Você poderá também aprender a se concentrar no que motiva você, e a identificar seus objetivos a longo prazo, deste modo você pode determinar suas metas e organizar seu tempo de acordo. Sucesso vem quando se é positivo e abrindo a cabeça, mas também significa manter coisas na perspectiva, dando-se bem com as pessoas e, acima de tudo, apreciando-se."